quarta-feira, 27 de maio de 2009

Bahia precisa de 20 milhões para recuperar Mata Atlântica


A restauração da mata atlântica que foi destruída em áreas onde seria obrigatória a sua preservação, como determina o Código Florestal (Lei 4.771/65), vai custar, na Bahia, algo em torno de R$ 20 bilhões. Este é o valor estimado para que 2,1 milhões de hectares voltem a ser cobertos pela mata no Estado, de acordo com estudos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) na metodologia proposta para a restauração da floresta.

No Estado, onde 307 municípios estão situados no bioma mata atlântica, a estimativa do Ministério Público é que apenas 2% dos proprietários rurais tenham cumprido a lei e preservado suas reservas legais – área de pelo menos 20% do total da propriedade que deve ter a vegetação nativa intocada.

A meta do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, que será lançado na Bahia nesta sexta-feira, dia 29, é que até 2050 o Estado recupere 2,1 milhões de hectares identificados com base no mapeamento do bioma feito pelo Ministério do Meio Ambiente em 2006. Em todo o País, foram identificados 17 milhões de hectares de áreas potenciais para restauração, segundo afirmou o coordenador-geral do Conselho do Pacto, Miguel Calmon.

Déficit florestal – Na Bahia, as áreas prioritárias para serem restauradas estão situadas principalmente nas regiões Recôncavo sul e sudoeste. De acordo com Miguel, essas áreas são as que têm maior déficit de cobertura florestal em áreas de preservação permanente (APP) e em reservas legais (RL).

O valor da “dívida” para com a mata atlântica foi calculado tendo como referência o custo de restauração de um hectare de floresta, que pode variar de R$ 5 mil a R$ 10 mil, podendo chegar a até R$ 12 mil a depender da capacidade de regeneração do ambiente. De acordo com o professor Ricardo Rodrigues, coordenador da Esalq/USP, autor da metodologia de referência para restauração florestal, há locais em que o custo pode cair para até R$ 3 mil/ha se a área tiver uma boa regeneração natural.

Fonte: Jornal A Tarde

sábado, 23 de maio de 2009

Barbeiros surgem em Salvador, na região da Paralela

Não bastassem os surtos de dengue e meningite que já preocupam e muito, a população de Salvador se depara com a invasão dos barbeiros, vetores da Doença de Chagas.

Ao completar cem anos da sua descoberta, pelo médico e pesquisador Carlos Chagas, a Doença de Chagas – transmitida pelo barbeiro inseto da família dos Reduvideos – não possui um tratamento que seja satisfatório e ainda leva à morte os que com ela são contaminados.

Em Salvador, apesar do seu desenvolvimento, foi encontrada uma grande quantidade de barbeiros na região da Av. Luis Viana Filho (Paralela), nos pontos recentemente desmatados para a construção de condomínios de luxo e nos de ocupação irregular como o Bairro da Paz. Toda essa população está em situação de risco afinal, dos mais de 400 barbeiros que foram encontrados pelos moradores, desde 2006, e levados à Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), 48% estavam contaminados pelo Triatoma Tibiamaculata, uma das 70 espécies de barbeiro que podem ser encontradas na Bahia. Essa espécie pode ser identificada com facilidade por causa das manchas brancas nas patas e é altamente perigosa se estiver infectada pelo “Trypanossoma Cruzi”, protozoário causador da Doença de Chagas.

O fato de terem sido levados vivos à fundação facilitou a identificação. “Qualquer inseto suspeito de ser um barbeiro deve ser encaminhado ao Centro de Zoonoses ou para a Fiocruz. No momento que a pessoa tenta matar o barbeiro, ela pode se infectar”, explica o biólogo Gilmar Ribeiro.

A maneira mais fácil de contaminação é quando o ser humano é picado pelo inseto e coça o local. Ao picar o homem o barbeiro deposita as fezes e ao se coçar, a vítima espalha essas fezes que entram em contato com a corrente sanguínea. É quando se dá a contaminação. A ingestão de alimentos contaminados com o protozoário e as transfusões de sangue são outras formas de contaminação.

Nos barbeiros analisados na Fiocruz e que estavam infectados, só foi encontrado sangue de animais, na maioria de aves, o que significa que seres humanos não foram contaminados. Mas o fato de os insetos fazerem seus ninhos normalmente dentro de residências, preocupa.

De acordo com especialistas, com o desmatamento os barbeiros estão deixando o seu habitat à procura de comida.

Com as recentes modificações no plano diretor da cidade, se faz necessário medidas para impedir que a Doença de Chagas se torne uma epidemia. Afinal desfazer o que está provocando esse grave problema – essas construções sem a mínima preocupação com o meio-ambiente – é uma questão de vontade política, algo que a atual administração já provou que não possui como também não tem a preocupação esperada pelas pessoas de bom senso para o impedimento de tal atrocidade, além do fator econômico que fala alto. Afinal, quem aprovou esse Plano Diretor de “Desenvolvimento” Urbano (PDDU), assume que não tem nenhum compromisso com o verdadeiro desenvolvimento de Salvador. Um plano que não atende às questões ambientais, não respeita o meio-ambiente de uma capital como Salvador, jamais deveria ser aprovado. Acredito que qualquer ambientalista é contra essa estupidez, essa coisa insana que é esse PDDU. Por isso é importante o engajamento de toda a sociedade, governos, associações de moradores, unindo esforços para ter uma idéia do tamanho do problema que está por vir e encontrar formas de evitar o pior: uma infestação de barbeiros em nossa cidade, provocada por essa insanidade que é desmatar sem um planejamento que atenda às necessidades ambientalistas, possibilitando uma condição melhor de vida, sem endemias ou epidemias.

domingo, 17 de maio de 2009

Contribuição à tragédia





Um acordo entre líderes do governo e da oposição permitiu a aprovação, no plenário da Câmara dos Deputados, na quarta-feira 13, da Medida Provisória 458, que prevê a regularização fundiária de lotes de até 2,5 mil hectares na Amazônia. Graças à mobilização da bancada ruralista, no entanto, os posseiros ficaram isentados da obrigação de recuperar áreas de preservação, uma das condicionantes ambientais previstas no texto original, enviado pelo presidente Lula ao Congresso no início de fevereiro.

A medida propõe a doação de terrenos de até um módulo fiscal (no máximo 100 hectares) aos pequenos posseiros e a regularização de lotes com até 1,5 mil hectares por meio da venda direta aos ocupantes. O excedente, entre 1,5 mil e 2,5 mil hectares, também pode ser legalizado, mediante compra em licitação pública. Com isso, o governo espera identificar os posseiros e grileiros de uma extensão superior a 67,4 milhões de hectares de terras da União na floresta amazônica, equivalente às áreas, somadas, da França e de Portugal.

A decisão de legalizar grandes porções de terra na Amazônia desagradou ambientalistas e até mesmo antigos aliados do governo Lula, como a senadora Marina Silva (PT-AC), que alertou para os riscos da ampliação do desmatamento na região. Também foi duramente criticada pelo advogado Plínio de Arruda Sampaio, presidente da Associação Brasileira para a Reforma Agrária e militante do PSOL, para quem a medida serviria para “legitimar a histórica grilagem de terras na Amazônia”.

As condicionantes ambientais incluídas pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, constituíam os principais trunfos para legitimar a proposta, uma vez que obrigavam os ocupantes a reverter os passivos ambientais em suas propriedades. Mas, com o novo texto da MP, o esforço resultou inútil. Os posseiros ficaram desobrigados de recuperar áreas de proteção permanente (APPs) e de reserva legal. Também caiu a cláusula que previa a reversão de posse à União para quem descumprisse a legislação ambiental, punição que só ocorrerá para quem desmatar áreas protegidas.

A matéria agora passará pelo Senado.


Fonte: Carta Capital

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Em iniciativa verde, Google substitui cortadores de grama por bodes

Animais comem mato e fertilizam áreas da sede em Mountain View. Um cachorro da raça border collie monitora os cerca de 200 caprinos.


O Google anunciou em seu blog a ‘contratação’ de cerca de 200 caprinos, para aparar a grama da sede da empresa em Mountain View, Califórnia. Os animais, que passam cerca de uma semana no local, substituem os ‘barulhentos cortadores, que usam gasolina e poluem o ar’, segundo o comunicado. Um cachorro da raça border collie ajuda a monitorar os bodes e cabras, para que eles façam seu trabalho. Os animais são da California Grazing, uma organização que defende essa prática ecológica e tem cerca de 800 bodes.


Fonte: G1



quinta-feira, 14 de maio de 2009

Aposta no consumo racional

A Neoenergia lançou o projeto Energia Verde, que receberá investimentos de R$ 7,6 milhões para estimular o consumo racional de energia e a proteção ao meio ambiente. A iniciativa integra os programas de eficiência de suas concessionárias - Coelba (BA), Celpe, (PE) e Cosern (RN).

A primeira fase beneficiará 3 mil consumidores na Bahia, 2 mil em Pernambuco e 1 mil no Rio Grande do Norte. Em Salvador e em Lauro de Freitas, a Coelba investirá R$ 4 milhões através do projeto. O Energia Verde vai oferecer dois bônus de desconto de até R$ 500 creditados na conta de luz para a troca de refrigerador, ar condicionado e freezer por equipamentos eficientes. Podem participar clientes com consumo acima de 100 kWh/ mês.

Os consumidores com direito ao benefício devem doar até R$ 240, dependendo da faixa de consumo, para projetos de reflorestamento de áreas remanescentes da Mata Atlântica. O valor, segundo a Neoenergia, será debitado na conta de energia e poderá ser parcelado em até 24 vezes, sem juros. Na primeira fase, o projeto vai colaborar para o reflorestamento voltado para o estabelecimento de corredores ecológicos, que irão unir o Parque Nacional do Pau Brasil e o Parque Nacional Monte Pascoal, localizados no Sul da Bahia. O trabalho de reflorestamento será realizado pelo Instituto BioAtlântica.

Fonte: Energia Hoje

terça-feira, 12 de maio de 2009

Um paraíso no centro de Salvador


No bairro de Brotas, mais precisamente na Boa Vista de Brotas, em Salvador, fica a Rua Jardim João XXIII. Uma rua sem saída, que na sua parte interna, conta com uma pracinha, onde é cultivado um jardim com árvores, palmeiras e pequenas plantas que dão lindas flores.

Apesar de jovem – com apenas 14 anos de existência – o jardim conta com árvores já frondosas ipês, num total de cinco, além de um solitário pé de murici e plantas que dão flores como o pingo de ouro e a graxa. Atenção para o piso: ao invés de grama, todo o jardim é coberto por amendoim forrageiro, o que dá um toque diferente ao local. Uma flora rica, diversificada, aonde pássaros de várias espécies vem se aninhar e procriar.

A fauna é variada, composta por bem-te-vis, rolinhas, beija-flores, lavandeiras, jandaias e até gaviões, aves que com o seu canto dão uma sonoridade ao ambiente pouco ouvida em outros pontos da cidade. Para os moradores, um paraíso dentro da estressante Salvador.

A manutenção do Jardim João XXIII, é de responsabilidade dos moradores, que pagam uma taxa mensal para contratar um jardineiro que periodicamente limpa, poda, apara e faz o “desenho” do formato das plantas.

Um exemplo de cidadania e preocupação com o meio-ambiente. De preservação das espécies: da fauna e da flora, contribuindo para o bem estar de toda uma comunidade.

O que é mais ecologicamente correto: fazer xixi na privada ou durante o banho?

Por mais estranho que possa parecer, a resposta é no banho. A idéia é evitar o desperdício de água potável. De acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a cada descarga acionada são desperdiçados de 8 a 12 litros de água potável. Um adulto saudável produz entre 0,5 e 2,5 litros de urina por dia, expelidos, em média, em quatro idas ao banheiro. Isso significa um consumo estimado em 40 litros de água com descargas, enquanto um banho de chuveiro elétrico de 15 minutos, desligando-se o registro ao se ensaboar, consome 45 litros de água - o que quer dizer que pelo menos uma descarga pode ser economizada por dia.

Até aí tudo bem. Mas o xixi escorrendo pelas pernas e caindo nos pés não é nojento? Nem tanto. "Não há com o que se preocupar. Afinal, estamos ali para nos lavar, e a água corrente leva tudo embora", diz o biólogo Branco Chiacchio. Segundo o biomédico Roberto Figueiredo, o contato constante da urina com os pés pode causar, sim, o aparecimento de microorganismos como a Candida albicans, que causa o famoso pé-de-atleta. Além disso, o excesso de urina pode ser absorvido pelo rejunte do piso do banheiro, o que dificulta a higienização, além de servir como abrigo para germes e bactérias. Logo, se você resolver substituir a privada pelo chuveiro uma vez ao dia, faça o xixi logo no início do banho. E fique tranqüilo, pois esse xixi é composto de 95% de água e 5% de outras substâncias como uréia e sal. Tudo segue pelo ralo direto para as estações de tratamento, sem nenhum prejuízo à saúde.

Fonte: Superinteressante

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Águas de maio

É pau é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...
(Tom Jobim. Águas de março, 1972)


O leitor deve estar estranhando o título acima em relação à música de Tom Jobim, mas é isso mesmo. E eu vou explicar o motivo.

Nos últimos dez anos, ou talvez mais, o mês de março não tem sido visto como aquele que fecha o verão, embora, oficialmente, a estação do calor termine aos 21 dias desse terceiro mês do ano. O verão tem-se encerrado mesmo é no mês de maio, com muita chuva e chuva forte, diga-se de passagem. E se fizermos um pequeno diálogo entre a letra de Jobim e os últimos acontecimentos? Poderemos observar que, embora não tenha sido a intenção, há uma certa coincidência. Vejamos a sequência: pau, pedra, fim do caminho, toco.

Na mesma sequência: Árvores caídas nas ruas da cidade – refiro-me, especificamente a Salvador –, pedra que rola e mata nas encostas, chuva forte que abre fendas nas ruas e impede a passagem de carros e pedestres. Isso tudo acontecendo no fim do mês de abril e se intensificando em maio. Em Salvador, só nos primeiros dias de maio choveu forte e com uma intensidade fora do comum para a época. Por que estão acontecendo todas essas mudanças?

O clima do planeta vem mudando de forma muito mais rápida do que prevêem os estudos. A aceleração do aquecimento global está deixando cientistas perplexos, pois não eram esperadas tantas mudanças em tão curto espaço de tempo. Tantos fenômenos naturais acontecendo em regiões onde nunca dantes eram percebidos, assustam. Geleiras derretendo, tsunamis, abalos sísmicos violentíssimos, ciclones, tempestades e enchentes no nordeste e seca no sul do Brasil, acontecimentos que vão além da compreensão e, claro, das previsões.

De alguns anos para cá, alguém tem ouvido falar do evento da natureza conhecido como “maré de março”? Eu, faz algum tempo, não ouço com a ênfase de outrora. Quando garoto, começando a sair com os amigos para ir à praia – afinal, era uma das poucas opções, em termos de diversão que havia em Salvador–, ao chegar o mês de março, as mães sempre lembravam: “meninos, cuidado com a maré de março”. O mar ficava bravo e era muito perigoso tomar banho nessa época. A ressaca era violenta e a morte rondava os mais afobados.

Todos nós estamos contribuindo para tantas modificações climáticas, quando não respeitamos as coisas da natureza. É preciso uma tomada de consciência em prol de um mundo mais... humano (?). E ainda há tempo para modificar o atual cenário em que o mundo se encontra, com tantas catástrofes, bastando, para isso, tratar com mais atenção o nosso meio-ambiente, com menos poluição, maior economia de água, promover e contribuir para a reciclagem dos descartes que porventura possam ser reaproveitados, etc.

Será que o poeta, vivo estivesse, ao presenciar o que acontece hoje, o descaso com que é tratado o meio-ambiente e a “mudança das águas”, trocaria o título da música de “Águas de março” para “Águas de maio”? Sei não...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

COLBERT VAI A MANAUS AVALIAR ENCHENTES

Na próxima segunda-feira (11), o deputado Colbert Martins (PMDS), relator da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas, irá a Manaus (AM) para avaliar o problema das enchentes. A decisão foi anunciada depois que a comissão e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), declararam ontem apoio à iniciativa da atriz Christiane Torloni e do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) de realizar uma vigília em defesa da preservação da Floresta Amazônica. A vigília ocorrerá na próxima quarta-feira (13), após as votações no plenário do Senado.


Fonte: Bahia Notícias

MPF RECOMENDA AO ITAÚ QUE NÃO FINANCIE EMPREENDIMENTOS NA PARALELA

Apesar da representação da ADEMI no Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador da República na Bahia, Ramiro Rockenbach, e a promotora de Justiça e Meio Ambiente da Bahia, Cristina Seixas Graça, os dois assinaram recomendação para que o Banco Itaú S/A não autorize qualquer tipo de operação de financiamento para uma série de empreendimentos públicos e privados na Avenida Paralela. Entre eles, destaque para o Canal de Mussurunga, Parque Tecnológico, Shopping Paralela e os condomínios Horto Bela Vista, Art Ville, Manhattan Square, Palm Ville, Le Parc, Alphaville Salvador, Residencial Laguna, Colinas de Piatã, Garden Ville e o Cemitério Memorial da Paz. O documento do Ministério Público Federal (MPF) alega que as medidas são necessárias para proteção do meio ambiente e para fins de reparação aos danos ambientais causados à coletividade.


Fonte: Bahia Notícias

terça-feira, 5 de maio de 2009

Trator do agronegócio tenta, mas não consegue atropelar o senado

Fracassou a empreitada da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) de organizar uma audiência pública entre todas as comissões do senado para convencer os senadores da necessidade de destruir as legislações ambientais em prol do agronegócio, por meio da revisão do Código Florestal. A senadora, que é também presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), levou a debate, hoje, o estudo de um pesquisador da Embrapa que conclui que, por conta das áreas ambientais protegidas, o Brasil tem menos de 30% de terras disponíveis para a produção agropecuária.

O relatório "O Alcance da Legislação Ambiental Territorial" é de autoria de Evaristo de Miranda, chefe da Embrapa Monitoramento de Satélite. Apesar do cargo, Miranda não respondeu a senadora Marina Silva (PT-AC) que perguntou se ele estava falando pela Embrapa, gerando dúvidas se a instituição reconhece a pesquisa, cheia de erros conceituais e metodológicos. Técnicos da Embrapa afirmaram na imprensa que o estudo é falso.

Antonio Herman Benjamin, ministro do Superior Tribunal de Justiça jogou uma pá de cal na reputação de Miranda. Ele esclareceu à platéia que Miranda é também autor de um estudo encomendado pela indústria canavieira que conclui que Ribeirão Preto, município conhecido pela poluição atmosférica causada pela queima da cana, tem a mesma qualidade de ar que Atibaia, considerada pela Unesco a cidade com melhor clima do mundo.

“Esse estudo não tem base científica alguma. Era só um objeto de cena que Kátia Abreu incorporou no espetáculo montado”, disse Sérgio Leitão, diretor de campanhas. Para compor a platéia do seu espetáculo, Kátia Abreu levou ao senado, representantes de 27 federações do setor agropecuário. “O tiro saiu pela culatra. Ficou bem claro que a verdadeira intenção por trás desse relatório é acabar com a legislação ambiental. A farsa foi desmontada”, afirmou.

No dia anterior, em outra audiência, também organizada por Kátia Abreu o que esteve em discussão foi a Medida Provisória 458, conhecida como MP da Grilagem. Na ocasião, a senadora defendeu a regularização fundiária na Amazônia. Para o Greenpeace, a proposta da senadora nada mais é do que uma anistia aos erros do passado e um estímulo para que eles se repitam no futuro.

“O problema dos representantes do agronegócio é que eles se comportam como crianças mimadas. Recebem incentivos, anistias, financiamentos, mas estão sempre querendo mais. Com a MP 458, eles querem avançar nas áreas de conservação e acabar com a legislação ambiental”, diz Leitão.


Fonte: Greenpeace

segunda-feira, 4 de maio de 2009

E o rio de lama tomou a avenida

Este blog está sempre a denunciar os descasos com o meio-ambiente, principalmente em Salvador. Mais uma vez, além de denunciar com palavras, vamos mostrar imagens comprometedoras do que aconteceu na Avenida Luis Viana Filho (Paralela), por conta das últimas chuvas que “desabaram” sobre nossa cidade.

Faz pouco tempo denunciamos o corte de uma árvore secular na região onde está sendo construído o Loteamento “Greenville”– corte, considero um termo muito leve para o acontecimento; derrubada mesmo. Foi sobre uma árvore, que possuía um tronco que para ser abraçado seriam necessárias, pelo menos cinco pessoas. Um verdadeiro crime ambiental, para o qual nenhuma punição, até o momento que tenhamos informação, aconteceu.

Mas voltemos às chuvas. A Paralela, algumas semanas atrás, durante um desses temporais, virou um rio de lama. Um rio caudaloso. A foto
diz tudo.
Aquela água marrom descia em correnteza pela avenida com se fosse mesmo um rio. De onde terá vindo aquela água barrenta? Acredito que veio das terras desmatadas que estão escondidas dentro do que resta da Mata Atlântica existente no local.

As fotografias aéreas mostram o desastre do qual está sendo vítima a região de Patamares até o Parque de Pituassu. As clareiras mostram a grandeza da devastação. E tudo com o consentimento dos órgãos de proteção ao meio-ambiente.

Jamais se viu algo parecido na Av. Paralela. Será que ninguém, desses órgãos de proteção ao meio-ambiente, acorda para essa dolorosa realidade? Será que esses “construtores” continuarão a destruir o nosso ecossistema sem que nenhuma providência seja tomada para evitar as tragédias que vem acontecendo em nossa cidade? O inverno está chegando e com ele muita chuva – embora com a mudança do clima, talvez não chova tanto –, mas providências precisam ser tomadas, o quanto antes, para evitarmos maiores tragédias.