sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Telhado verde reduz temperatura e aumenta umidade.



Estudo realizado em prédios da capital paulista utilizou telhados cobertos de vegetais e constatou a queda na temperatura e aumento da umidade relativa do ar.


Comparado com o telhado de concreto, o telhado verde melhorou e muito o ambiente para quem vive no local e proporcionou o crescimento da fauna, com a presença de várias espécies de pássaros na região.


O telhado verde pode ser um instrumento importante para reduzir os impactos calor em grandes centros urbanos. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) comparou dois prédios da capital paulista, um com área verde e outro com laje de concreto, o geógrafo Humberto Catuzzo verificou que a temperatura no topo do edifício com jardim ficou até 5,3 graus Celsius (°C) mais baixa. Também houve ganho de 15,7% em relação à umidade relativa do ar.

“Se imaginarmos que está fazendo 25°C no prédio com telhado verde e, no de concreto, 30°C, isso faz uma grande diferença dentro daquele microclima”, disse o pesquisador e autor da tese de doutorado com esse tema. Catuzzo destacou que não é possível definir exatamente o impacto que a iniciativa teria, se fosse expandida, mas observou que as diferenças de temperatura e umidade constatadas na experiência foram muito significativas. “Poderia melhorar a questão climática ou ambiental daquela região central”, ressaltou.

Os edifícios analisados foram o Conde Matarazzo, sede da prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, e o Mercantil/Finasa, na Rua Líbero Badaró, cuja laje é de concreto. Os dois prédios, localizados na margem direita do Vale do Anhangabaú, foram escolhidos por estarem sujeitos a condições atmosféricas e de insolação semelhantes. No topo dos edifícios foram instalados sensores a 1,5 metro do chão (padrão internacional), que, durante um ano e 11 dias, mediram a temperatura e a umidade relativa do ar na área dos dois telhados.

De acordo com Catuzzo, a ilha de calor existente no centro de São Paulo eleva em até 10°C a temperatura na região durante o verão. “O concreto, o pavimento, a grande circulação de veículos fazem com que essa área tenha um aquecimento maior em relação a outras”, disse. O uso de telhados ecológicos solucionaria também o problema da falta de espaços no centro que pudessem abrigar áreas verdes.

Segundo o pesquisador, essas áreas absorvem cerca de 30% da luz irradiada pelo sol. “Parte [da energia] é retida pelas plantas, até pela questão da fotossíntese, e uma menor quantidade de calor é emitida de novo para a atmosfera”, disse Catuzzo. Sem a vegetação, o concreto recebe a energia solar, fica aquecido e emite novamente calor, ou seja, está aquecendo ainda mais.

Além do ganho em termos climáticos, o telhado verde pode contribuir para a redução do uso de energia. “Aumenta-se o conforto térmico no interior dos edifícios e, consequentemente, reduz-se o uso do ar-condicionado”, exemplificou Catuzzo. Também melhora o escoamento pluvial, que é fundamental especialmente para uma cidade que sofre com enchentes. “A água da chuva escoa mais lentamente para as galerias.”

Para o geógrafo, a expansão do uso desse tipo de telhado pode ajudar na formação de corredores ecológicos nas grandes cidades, interligando várias coberturas às áreas preservadas, como praças e parques. “No 14° andar de um prédio, existe vida. São pássaros, como sabiás e bem-te-vis. Há todo um ecossistema, mesmo que reduzido, funcionando perfeitamente. Ver a cidade mais verde significaria ganho de qualidade ambiental para a comunidade como um todo”.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Mundo corre o risco de ficar 3,6ºC mais quente, adverte a AIE



Caso as autoridades mundiais não tomem as atitudes esperadas para conter o aquecimento global, o planeta corre sério risco de entrar em colapso devido ao calor insuportável que irá se instalar, caso se concretizem as previsões dos especialistas em alterações climáticas.

As previsões são em longo prazo, mas já assustam os estudiosos do clima e os combustíveis fósseis e minerais são os maiores vilões do efeito estufa.

O mundo ficará, em longo prazo, 3,6 graus Celsius (ºC) mais quente se os governos simplesmente mantiverem os seus objetivos atuais, alertou a Agência Internacional de Energia (AIE). Os representantes do órgão participaram em Varsóvia (Polônia), em novembro, das discussões sobre as alterações climáticas.


No cenário estabelecido pela AIE para os países desenvolvidos, as emissões de gases que provocam o efeito estufa relacionados com a energia, que representam cerca de dois terços do total das emissões, sofrerão um aumento de 20% até 2035, mesmo com os esforços já anunciados pelos países comprometidos com as preocupações ambientais.


Este cenário “leva em conta o impacto das medidas anunciadas pelos governos para melhorar a eficiência energética, o apoio às energias renováveis, a redução dos subsídios aos combustíveis fósseis e, em alguns casos, a colocação de um preço nas emissões de gás carbônico”, destacou a AIE no relatório anual de referência, apresentado na terça-feira em Londres.


No entanto, o aumento de 20% nas emissões de energia – principalmente as geradas pelo carvão e pelo petróleo e, em menor grau, do gás – dentro de 20 anos, “deixa o mundo a caminho de temperaturas médias globais de 3,6°C, bem acima da meta de 2ºC definida internacionalmente”, informou a AIE.


Ao observar o papel fundamental do componente energético no sucesso ou no fracasso da política climática internacional, o departamento de energia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apoiou as iniciativas recentes, entre as quais o plano de ação apresentado pelo presidente norte-americano Barack Obama; o anúncio de Pequim relativo a uma limitação de carvão; e o debate europeu sobre metas climáticas para 2030, salientando que “todas têm o potencial de limitar o crescimento das emissões de gás carbônico”.

Fonte: eco4planet



domingo, 3 de novembro de 2013

Coral invasor ameaça biodiversidade da Baía de Todos os Santos

Com capacidade de reprodução três vezes maior que as espécies nativas, o coral-sol poderá causar sérios problemas econômicos na região do Recôncavo.


Uma ameaça, no fundo da Baía de Todos os Santos, põe em risco a biodiversidade nos recifes de corais. É o coral-sol (Tubastrea tagusensis e Tubastrea coccinea), uma espécie de coral trazido da Ásia, nos anos 1980, que há dois anos tem se proliferado nas águas Baía.

Cnidários
O animal, um cnidário, se reproduz de forma assexuada, provoca a extinção dos corais nativos e pode reduzir, em longo prazo, a oferta do pescado na região.

Essa espécie de coral possui três vezes mais capacidade de se reproduzir do que as espécies nativas e, segundo especialistas, se não combatida com urgência, causará impacto nas economias de pelo menos cinco cidades do Recôncavo com Salvador, Itaparica, Vera Cruz, Salinas das Margaridas e Maragogipe.

Localizado pela primeira vez na Bahia, em 2008, no naufrágio Cavo Artemidi, o coral-sol vem se proliferando no recife natural conhecido como "Cascos", sedimentado a 20 metros de profundidade na costa leste da Ilha de Itaparica (Grande Salvador), a 12 km da capital, via mar.

Nos recifes artificiais, o coral-sol já foi encontrado também na marina de Itaparica e nas plataformas da Petrobrás, no estuário do Rio Paraguaçu, onde fica a Reserva Extrativista Marinha do Iguape.

Pesquisa

Autor do projeto "Corais da Baía", o mestrando em Ecologia e Biomonitoramento pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, Ricardo Miranda, 25, tem pesquisado formas de combater o coral-sol, cuja característica é suprimir as espécies nativas quimicamente.

Ricardo e o monitor de recifes de coral da ONG Pró-mar, José Carlos Barbosa, 49, foram os primeiros a detectar a presença de centenas de colônias do coral-sol no recife natural dos Cascos, no final de 2011.

"O que pode acontecer é a evasão de espécies marinhas dos corais, já que o coral-sol, além de não servir de comida, também come os plânctons que as alimentam", explica o biólogo, sobre os efeitos na cadeia alimentar.
Plânctons

Como parte da pesquisa, financiada pela instituição inglesa de conservação ambiental Ruffur Foundation, a equipe do Projeto Corais da Baía tem feito experimentos para combater o coral-sol.

Em um deles, detectou que o coral Montastraea cavernosa desenvolveu uma estratégia de contra-ataque ao coral-sol. No outro, identificou o verme-marinho poliqueta-de-fogo (Hermodice curunculata) como um predador natural do invasor.

"Temos que ampliar os estudos, porque não podemos simplesmente aumentar o número de vermes sem saber as consequências", explica ele, cujo projeto será concluído em agosto de 2014.

Remoção manual


Monitor de recifes da ONG Pró-mar, José Carlos Barbosa, trabalha na remoção de colônias.
Enquanto as pesquisas continuam em andamento, a remoção das colônias de coral-sol têm sido feita pelas ONGs de forma artesanal, com marretas e talhadeiras.

"O coral-sol não é apenas um bioinvasor, é uma praga", observa o presidente da Pró-mar, José Pinto, 49, o Zé Pescador, cujo trabalho consiste em educar pescadores para a conservação da biodiversidade marinha.Ele alerta que a retirada das colônias invasoras requer treinamento, sob o risco de o coral-sol espalhar novas larvas, caso seja removido de maneira errada. "Nasce sobre qualquer superfície: ostras, metal, concreto, fibra de vidro e até na lama", enumera, temeroso de que o coral-sol se prolifere nos manguezais.

Fonte: Jornal A Tarde

sábado, 26 de outubro de 2013

Tubulação rompe e oito mil litros de óleo vazam na Bahia Marina




O óleo que vazou é diesel marítimo, que tem maior grau de volatilidade e deve desaparecer rapidamente, porém é necessária uma avaliação rigorosa para verificar as causas. Ações já foram tomadas para controlar o vazamento.


Cerca de oito mil litros de óleo vazaram na bacia de atracação da Bahia Marina. O problema é consequência do rompimento de uma tubulação do posto de combustível do local. De acordo com a Bahia Marina, o vazamento foi identificado na última quinta, 24, e já foi controlado.

A Bahia Marina informou, por meio de nota, que acionou o Plano de Emergência Individual (PEI) ao detectar o problema e contratou a empresa Hidroclean para realizar ações de combate à emergência e fazer o biomonitoramento ambiental para avaliar eventuais impactos para a vida marinha.

Segundo a empresa, o óleo que vazou é diesel marítimo, portanto tem um maior grau de volatilidade e é foto-oxidável, o que faz evaporar e degradar com os raios solares. De acordo com os técnicos, o vazamento não deve provocar "consequência significativa para o meio ambiente".
Fonte: A Tarde Online