A concentração marcada para as 19:00h começou com pontualidade. Portando faixas e cartazes, tocando apitos e instrumentos musicais, como tambores e flautas, os manifestantes, com as caras pintadas, esperavam que o semáforo da Avenida Manoel Dias da Silva, em frente à praça, fechasse e alertavam os motoristas e pedestres sobre o impacto negativo da Hidrelétrica.
Caracterizado de índio, o cantor e compositor Pedro Pondé, idealizador da manifestação, disse que “o evento não tem um líder, todos aqui são líderes conscientes e estão demonstrando a sua indignação”. Pondé afirmou ainda que a questão indígena é uma prioridade e a dívida da sociedade com as tribos é muito grande. “Para mim essa questão de Belo Monte soou como a extinção, é como se fosse o último golpe dessa sequência de 500 anos de assassinatos, de expulsões, e tudo isso encoberto pela mídia que infelizmente, no Brasil, apesar de proibido, está nas mãos de políticos e empresários”, desabafou. Pedro alerta para o fato de a construção da usina não ser a geradora dos empregos que o governo afirma ser, além de nada ter sido planejado por causa da falta de tempo aliada à pressa de construir, ou seja, não houve tempo para planejar. O cantor diz ainda que o homem “civilizado” deveria procurar aprender com os índios a conviver pacificamente com a natureza, pois os índios “conseguem viver com a natureza sem destruir”. Na qualidade de artista, Pondé alfineta: “os grandes músicos do Axé, que têm grande público, poderiam muito bem dar um retorno conscientizando os fãs para as questões ambientais, mas não o fazem por puro egoísmo. “Preferem vender seus abadás para o carnaval”, criticou.
A Constituição brasileira diz que antes de ser tomada qualquer decisão envolvendo terras indígenas é necessário ouvir os índios e isso não aconteceu. O IBAMA concedeu a licença para a construção sem atentar para os interesses dos índios brasileiros. A Anistia Internacional pediu ao governo brasileiro que suspenda a obra até que sejam atendidos os direitos da população indígena na área. "O Brasil deve acatar as recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos [CIDH] para suspender a construção até que os direitos das comunidades indígenas locais estejam plenamente garantidos. Continuar com a construção da represa antes de assegurar que os direitos das comunidades indígenas estejam protegidos equivale a sacrificar os direitos humanos pelo desenvolvimento", disse a Anistia em um comunicado assinado por Guadalupe Marengo, sua subdiretora para a região das Américas.
Para a psicóloga Liane Pinto, presente à manifestação, “existem outras formas alternativas de se extrair os recursos da natureza, de se buscar o desenvolvimento, respeitando a natureza, a cultura, o ambiente. Estudiosos mostram que é possível se fazer de outras formas, afinal a natureza vive sob os princípios da sustentabilidade”. Ela se sente orgulhosa e sensibilizada ao ver tantos jovens fazerem essa manifestação, embora “insipiente diante da realidade”, mas acredita na sensibilidade do ser humano. E nos faz lembrar a história do passarinho que tentava apagar o incêndio da floresta com as gotinhas de água no bico, afirmando que estava fazendo a parte dele.
Realmente eram poucos os jovens na manifestação, mas, certamente, conscientes de estar fazendo a parte deles e talvez mudar essa política depredadora que, com tais atitudes, não deixará muita coisa para contar a nossa história, a história da humanidade.
A manifestação foi pacífica e teve o apoio de muitos dos motoristas que passavam e faziam um buzinaço demonstrando simpatia ao protesto.
Nossa adorei a cobertura! Achei muito legal a sua inciativa de mostrar o que de fato estava acontecendo naquele momento!
ResponderExcluirMuito legal a entrevista com Pondé acho que ele tem uma visão muito coerente do que estava sendo feito! Também participei e adorei ter feito parte desse protesto!
Continue assim!
Um beijo Yri
- Simplesmente muito bacana, gostei!!!
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa!!! muitas pessoas não tem o conhecimento do impacto negativo dos seus atos. adorei bastante... :)
ResponderExcluirParabéns!!! É assim que Salvador sai na frente esquentando os tambores e despertando a consciência nacional! Todas as TRIBOS URBANAS e das FLORESTAS UNIDAS! BRAVO!!!!
ResponderExcluirPessoal, participem do grupo no Facebook: http://www.facebook.com/home.php?sk=group_102723599820092&ap=1
ResponderExcluirTemos que sensibilizar a população
ResponderExcluirO nosso planeta é a nossa casa!
É isso aí gente, atitudes no nosso cotidiano vão fazer a diferença!
abçs
Massa! Ver os irmaos da Bahia juntos nessa luta. fortifica muito o movimento contra essa porraloca.
ResponderExcluirAbraçao fraterno.
Força sempre