Dessa vez me refiro a um patrimônio natural e religioso que está em vias de ser destruído. A Pedra de Xangô, que fica em Cajazeiras, subúrbio de Salvador, Bahia, considerada um templo sagrado para os seguidores da religião afro-brasileira, poderá, em breve, ser explodida para dar lugar à construção de um novo empreendimento imobiliário.
A pedra é cultuada pelos seguidores do Candomblé desde os tempos da escravização dos negros no Brasil. Os escravizados fugitivos usavam as fendas existentes na grande rocha como esconderijo. Com o passar do tempo a pedra passou a ser visitada para celebrações da religião afro.
E numa época em que se fala tanto em preservação da natureza, ecologia, meio ambiente e se condena a intolerância religiosa, Salvador se prepara para dar mais um mau exemplo pra o mundo, caso essa destruição seja consumada. Porém com um prefeito que quase destrói um Terreiro de Candomblé na capital baiana – o Terreiro da Casa Branca – e é adepto de uma religião que sempre deu exemplos de intolerância com as outras, principalmente com a afro-brasileira, o que se pode esperar? Cabe a ele, o prefeito João Henrique, mostrar que tudo o que foi dito aqui não passe de especulação e use da autoridade a ele conferida nas últimas eleições municipais e tome providências para que a Pedra de Xangô seja preservada. Ficarei muito feliz se estiver errado.
A natureza, a religião, o povo de Salvador e a ecologia agradecem. Afinal, desmandos nem deveriam existir.