sábado, 16 de junho de 2012

Rio + 20: será uma releitura da Rio + 10?

A Rio + 10, Joannesburgo, África do Sul, entre agosto e setembro de 2002, foi mais uma tentativa da humanidade de criar projetos na busca e soluções práticas e eficazes visando a proteção do meio-ambiente.

A primeira grande tentativa nesse sentido aconteceu em Estocolmo, na Suécia, em 1972, outra cocorreu em 1982, em Nairóbi, no Quênia e no Brasil, representantes de várias nações se reuniram na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, no evento que ficou conhecido como Eco-92. Todas essas conferências tiveram o mesmo objetivo da Rio + 10: criar meios de assegurar um desenvolvimento sustentável, ou seja, desenvolvimento que supre as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.

Na Rio + 10, foram descritos os problemas causados ao meio-ambiente, resultantes da ação transformadora do homem, de maneira errada, sobre a natureza. Tudo em nome de um progresso que gera conforto, facilidades, desenvolvimento tecnológico, predando a natureza, consumindo seus recursos naturais, sem a preocupação com as gerações futuras.

Algumas conclusões, a que se chegou durante a conferência, apontaram como geradores dos problemas ambientais o subdesenvolvimento – nos caso dos países em desenvolvimento –, ou o alto nível de industrialização e desenvolvimento tecnológico – no caso dos países desenvolvidos –, uma forma de dividir as responsabilidades, principalmente a dos desenvolvidos que são os maiores poluidores e geradores de gases de efeito estufa que põem em risco a vida em todo o globo. Afinal, nações em desenvolvimento precisam, sim, de ajuda financeira, perdão de dívidas e auxílio tecnológico. No protocolo de Kyoto, chegou-se à limitação da emissão de seis tipos de gases do efeito estufa, em um documento que criou a Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima. Mas até hoje, as nações mais poluidoras do mundo não respeitaram essas limitações, a exemplo dos EUA e China.

O propósito da Rio + 10 foi obter um plano de ação possível. Se olharmos o documento THE JOHANNESBURG DECLARATION, obtido nessa conferência, tendo em vista os princípios expressos no passado, vemos que há poucas novidades. No entanto, foram detalhados alguns objetivos dentro dos princípios já conhecidos. Entre os desafios expressos no documento, menciona-se a continuidade de diversos problemas ambientais de caráter global. Pela primeira vez são mencionados os problemas associados à globalização, pois os benefícios e os custos a ela associados estão distribuídos desigualmente. Fala-se em saneamento básico, acesso à água potável, à saúde e proteção à biodiversidade.

As discussões na Rio+10 não se restringiram somente à preservação do meio ambiente, englobou também aspectos sociais. Um dos pontos mais importantes da conferência foi a busca por medidas para reduzir em 50%, o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza – com menos de 1 dólar por dia – até 2015. No Brasil, apesar das críticas que o governo enfrenta, muitas ações nessa área vêm surtindo efeito, embora a eficácia ainda não tenha a robustez necessária.

Em fim, os resultados da Rio + 10 não foram muito significativos. Os países desenvolvidos não cancelaram as dívidas das nações mais pobres, bem como os países integrantes da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), juntamente com os Estados Unidos não assinaram o acordo que previa o uso de 10% de fontes energéticas renováveis – eólica, solar, etc.

Um dos poucos resultados positivos foi referente ao abastecimento de água. Os países concordaram com a meta de reduzir pela metade, o número de pessoas que não têm acesso à água potável e nem a saneamento básico, até 2015. 

Devido às condições ambientais que o planeta enfrenta, é possível que a Rio + 20 chegue a resultados satisfatórios em termos de desenvolvimento sustentável. Urge uma atitude, sem egoísmo, de redução dos fatores que provocam a inviabilidade da vida no único planeta conhecido no universo que pode abrigá-la. É mais uma solução que está nas mãos de representantes de nações do mundo, para proteger o meio-ambiente e viabilizar a continuidade de toda a biodiversidade na Terra. Que a Rio + 20 não seja apenas uma releitura da Rio + 10. Que algo de consistente saia dessa conferência tão alardeada por toda a mídia.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Rio + 20. Começou


Começa hoje, no Rio de Janeiro, A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20. Nessa reunião, da qual participam países desenvolvidos e em desenvolvimento, vão ser discutidos assuntos referentes à agenda mundial do desenvolvimento sustentável.

Durante a Conferência, haverá debates em que os participantes terão contato com as principais recomendações, os protocolos e as convenções acordadas na Rio 92, analisar ações a serem praticadas e se dedicar a novos desafios. A ideia é, após a Conferência, renovar oficialmente o compromisso político das nações participantes com o desenvolvimento sustentável.

O evento é o quarto de uma série de grandes encontros que se iniciaram em 1972, em Estocolmo (Suécia), com a Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente, passando pela Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, e pela Rio+10, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joanesburgo (África do Sul), em 2002.
 
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O Em VErDe noVo procurará trazer ao leitor as novidades sobre a conferência com notas diárias para deixá-lo a par dos acontecimentos na reunião.