quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Aquecimento global vai elevar o nível do mar em até 1 metro em 8 décadas, aponta relatório do IPCC



Embarcação navega entre pedaços de degelo no mar do ártico — Foto: Christian Aslund/Greenpeace/Divulgação
  
Autoridades mundiais ainda não chegaram a um nível de consciência construtivo sobre o aquecimento global. O resultado é uma previsão nada acalentadora para os próximos 80 anos.

_____________________


Aquecimento global vai elevar o nível do mar em até 1 metro em 8 décadas, aponta relatório do IPCC


Documento é uma análise de estudos científicos que avaliam como as mudanças climáticas podem afetar o ecossistema marítimo e criosfera – toda a água congelada do planeta. As publicações mais recentes são de maio de 2019.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão ligado à ONU, divulgou nesta quarta-feira (25) um novo relatório que analisa e compila as descobertas científicas mais recentes sobre a mudança climática, o oceano e a criosfera – água em estado sólido, como geleiras.

O documento do IPCC foi organizado para apresentar cenários sobre como o aquecimento global pode afetar o oceano, as calotas polares e as áreas congeladas em montanhas. O relatório contou com a coordenação de mais de 100 especialistas de 30 países, sendo a maioria de países em desenvolvimento. 

Foto de arquivo mostra uma vista aérea de grandes icebergs flutuando enquanto o sol nasce perto de Kulusuk, na Groenlândia. A Groenlândia está derretendo mais rapidamente na última década e, neste verão, viu dois dos maiores derretimentos já registrados desde 2012. — Foto: Felipe Dana/AP


O texto trata de quatro temas principais ligados ao aquecimento global e o degelo: aumento no nível do mar, mudança dos ecossistemas marítimos, redução do permafrost – o solo que passa todo o ano congelado, na Rússia, Canadá e Alasca – e ondas de calor no mar. 

O documento analisa uma série de estudos científicos publicados até maio de 2019, que comprovam que os níveis do mar estão subindo.
Destaques do relatório do IPCC:

Área em que houve derretimento da camada de permafrost, na península de Yamal, Rússia — Foto: Steve Morgan/Greenpeace/Divulgação
 
  • Até o ano 2100, se nada for feito, o aumento do nível do mar pode alcançar até um metro de altura; isso pode acarretar a retirada de milhões de moradores de áreas costeiras e ilhas.
  • Com o aquecimento da água, oceanos se tornarão mais ácidos, alterando a vida marinha; ainda que se limite o aquecimento a 1,5°C, os recifes de coral já estão quase todos condenados.
  • O degelo do permafrost vai liberar mais de 1,5 mil gigatoneladas de gases de efeito estufa – isso é quase o dobro do carbono que atualmente está na atmosfera.
  • Até o final deste século, a frequência de ondas de calor marinhas pode aumentar em 50 vezes, chegando a uma variação de 3℃ ou 4℃.

Aumento do nível do mar

O nível do mar deve aumentar em até um metro nos próximos 80 anos, caso nada seja feito, alerta o IPCC. De acordo com esses especialistas, há uma tendência de elevação do nível do mar que não era observada em séculos passados. Atualmente, diz o relatório, há variação nos níveis em uma taxa anual.
Esse aumento poderá causar estragos, segundo o painel, em áreas mais expostas, como as regiões costeiras e as ilhas. Isso por conta do derretimento da calota polar ártica. Há também a previsão de aumento nas incidências de ciclones e tempestades em zonas tropicais. 

Os cientistas também projetam uma mudança nas marés que podem ampliar os efeitos dessa mudança nos níveis do mar. Há mais risco para os moradores de áreas costeiras já a partir de 2050, caso não haja atitude de governos para conter o aquecimento global

De acordo com Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), dos EUA, o nível do mar está hoje 8 centímetros acima da média observada em 1993. Segundo essa agência, desde 2011 se observou um aumento consecutivo nos níveis registrados.

Impactos nos ecossistemas

A mudança na criosfera impacta a vida de espécies que dependem da água doce, diz o relatório. O derretimento de coberturas de gelo alterou a dinâmica e o funcionamento de ecossistemas em algumas regiões do mundo.

Os cientistas apontaram para um aumento nas taxas de queimadas em zonas que antes eram ocupadas pelo permafrost, assim como notaram uma transformação na vida do ártico, com momentos mais quentes. Tudo isso altera a dinâmica natural da vegetação. 

O aquecimento global também mudou os ecossistemas costeiros, alerta o estudo. Com a variação climática, há maior acidificação da água (diminuição do pH), há menos oxigênio disponível e aumento da salinidade das águas.

Os impactos já podem ser observados nos habitats marinhos, como é o caso dos recifes de coral.

Segundo o estudo, ainda que se mantenha controlado o aquecimento global para baixo de 1,5°C, 90% das espécies já estão condenadas.

Por que cuidar da criosfera?

O relatório destaca a importância do oceano e da criosfera para a vida na Terra. Juntas, elas cobrem quase 80% da superfície do planeta. De acordo com os especialistas, elas exercem funções fundamentais para o controle das emissões na atmosfera. Mas, por conta dos efeitos do aquecimento global, chegarão a limites sem volta. 

Nas últimas décadas, o aquecimento global reduziu a criosfera e, com a diminuição da cobertura congelada do solo, houve um aumento da temperatura do solo. Isso impede a renovação dessa cobertura.

De acordo com imagens de satélite estudadas pelos cientistas do painel, a cobertura de gelo no ártico atingiu níveis históricos de redução, chegando a cobrir 2,1 milhões de km².

Próximo relatório e reuniões

Esse é o segundo relatório do IPCC neste ano. Em agosto, o painel publicou uma análise sobre como o aquecimento global pode reduzir safras e lançou um alerta para a conservação de florestas tropicais. 

Em novembro, acontece no Chile a 25ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas. O Brasil havia sido cotado para sediar o evento, mas o governo brasileiro desistiu.

Matéria transcrita do G1

Por Márcio Vieira - Reg. 4430 
 


sábado, 21 de setembro de 2019

ENERGIA EÓLICA


UM FUTURO JÁ NO PRESENTE E SEUS BENEFÍCIOS




Um bem cada vez mais utilizado no mundo. A geração de energia eólica vem crescendo bastante no mundo inteiro. Há vento? Então é possível a geração dessa energia.









ENERGIA EÓLICA

A energia eólica nada mais é que a transformação da força do vento em energia cinética e dela é produzida a energia elétrica para abastecer cidades e indústrias. É uma energia renovável, limpa e há em abundância. Para a produção desse tipo de energia são utilizados, hoje, aerogeradores, porém na antiguidade já se usava a energia eólica através dos moinhos de vento para bombear água e moer grãos.






IMPACTO
USINA HIDRELÉTRICA
 
USINA TERMOELÉTRICA
O impacto ambiental é bastante reduzido se compararmos com outras fontes de energia como as hidrelétricas – mais utilizadas no Brasil – que alagam grandes áreas e alteram o curso dos rios. As termoelétricas expelem na atmosfera enormes quantidades de gases de efeito estufa, além de resíduos provenientes da queima de combustíveis fósseis, madeira e carvão. As usinas nucleares são economicamente viáveis, mas são um sério risco permanente por causa da radiação.



PRODUÇÃO

A energia eólica é produzida a partir da captação do vento por aerogeradores, que têm a forma de cata vento, e são grandes turbinas que transferem a energia cinética produzida, para geradores de energia elétrica. Para essa captação da força do vento são instaladas várias dessas turbinas em regiões onde há ventos conhecidos como predominantes. O vento movimenta as turbinas que geram a energia cinética que é transformada por geradores em energia mecânica ou energia elétrica. Há dois problemas para a geração da energia eólica: se não houver vento, claro, não há geração de energia e se os ventos forem demasiadamente fortes causam danos às turbinas.
Obs.: o Vento é uma forma de energia solar, pois depende das correntes de conversão da atmosfera criadas pela energia térmica gerada pelo sol. Se não houver sol, não há vento.

VANTAGENS E DESVANTAGENS

USINA NUCLEAR
A energia eólica é inesgotável e a matéria prima utilizada (o vento) não tem custo. Tem baixo custo de implantação e gera empregos em localidades onde antes não havia grandes investimentos e além de tudo, os custos de manutenção são baixos.

A energia eólica depende da força do vento, por isso a intermitência pode ser um problema. Então, para que seja econômica e tecnicamente viável, os parques eólicos precisam ser instalados em regiões onde a massa de ar seja maior ou igual a 500 watts por metro quadrado – W/m² - devem estar a uma altura de 50 metros e além disso necessita de velocidade do vento em média de oito metros por segundo – m/s.

Os problemas ambientais são importantes. Um parque eólico possui, no mínimo, cinco turbinas, ou aerogeradores. Isso influi em questões de sobrevivência da população das aves. Em voo, elas podem se chocar contra as pás, se ferirem gravemente e até morrerem. Os parques podem até influenciar na rota migratória das aves. Outro problema é a poluição sonora. O barulho dos aerogeradores é altíssimo e isso pode causar estresse, transtornos psíquicos e até agressividade. Esse barulho pode causar também alterações no ecossistema local, com o afastamento das populações animais, sem falar na poluição visual causada pela construção dos parques eólicos.  




 
UTILIZAÇÃO

No mundo inteiro, apenas 13% da superfície possuem condições para a implantação dessa tecnologia, o que significa a impossibilidade da utilização em grande parte do planeta.

O Brasil tem um excelente potencial para utilizar energia eólica. 71 mil km² do território brasileiro possui as condições necessárias para a produção: velocidade do vento na média de 7 m/s a 50 m de altura. Com essa condição é possível produzir até 272 terawhatt-hora por ano - TWh/ano - e representa 64% do consumo brasileiro que está na média de 424 TW/ano. Essa capacidade de geração está concentrada principalmente no Nordeste, tendo a região Sul em segundo lugar.






HISTÓRICO


Há mais de 3.000 anos a energia eólica, EE, é utilizada pelo ser humano, na moagem de grãos, no bombeamento de água e em outras formas de utilização da energia mecânica.

A ideia de gerar eletricidade através do vento surgiu em fins do século XIX, mas só nos anos 1970 cresceu o interesse por esse tipo de geração de energia, proveniente da crise do internacional do petróleo. A Dinamarca foi o primeiro país a instalar uma usina eólica ligada à rede elétrica e hoje, em operação, existem mais de 30 mil dessas turbinas em no mundo.

Fernando de Noronha, em Pernambuco, foi a primeira região brasileira contemplada com a instalação de uma turbina eólica, em 1992, gerava 10% da energia consumida na ilha e economizava, por ano, uma média de 70 mil litros de óleo diesel.

10,8 GW de energia eólica em produção. Esse foi o nível a que chegou o Brasil em fevereiro de 2017. Com isso chegou ao nono lugar em produção eólica no mundo, representando 7,1% da matriz energética nacional. A meta é chegar a 11% até 2023.
Por Márcio Vieira - reg. 4430