segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Governo corta a já pífia verba de parques federais

De que adianta uma carga tributária exagerada, como a brasileira, se o interesse público não é contemplado? Afinal, baseado nos últimos acontecimentos, podemos notar que não existe interesse governamental de cumprir suas obrigações – no que interessa a este blog – com as questões ambientais. O descaso é tanto que até a pequena verba destinada aos institutos que cuidam dos parques nacionais, a exemplo do Instituto Chico Mendes, foram reduzidas em 30%. Um verdadeiro desinteresse em preservar os nossos parques ecológicos já tão reduzidos por causa da ganância de madeireiros, pecuaristas e outros destruidores de florestas.

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O Governo Federal reduziu o orçamento do ICMBio (Instituto Chico Mendes), que toma conta dos parques nacionais, em 30%. O valor que era de R$ 557,8 milhões previstos para o ano foi reduzido para  R$ 388,7 milhões. Para comparação, em 2010 foram gastos R$ 461 milhões.

Com o corte, vários projetos e parques foram prejudicados. Talvez o mais importante dos projetos seja o Parques da Copa que, como o nome anuncia, revitalizaria parques perto das cidades-sede da Copa 2014 para gerar incentivo ao turismo ecológico.

Isso ainda acontece um ano antes do país sediar a conferência sobre desenvolvimento sustentável Rio +20. Para o presidente do ICMBio, Rômulo Mello, “o que a gente gasta, considerando a área, é uma gozação”. O gasto por hectare é de R$ 2, que pode subir até R$ 5 se for inclusa a folha de pagamento. Uma vergonha, já que em ordem de grandeza, até a Costa Rica gasta mais do que isso.

Se a comparação for com os EUA, que estão no furacão da crise, a coisa fica ainda mais ridícula: R$ 145 por hectare protegido é o que dispõe o NPS (National Park Service), algo semelhante ao nosso ICMBio. Só em 2011 foram US$ 3 bilhões de verbas federais “e a gente ainda reclama”, brinca o porta-voz do NPS, David Barna.

Parques da Amazônia recebem doações internacionais e conseguem amenizar o problema da falta de verba. Renato Dumont, diretor do parque dos Campos Amazônicos, diz que “No ano passado, 70% da verba veio do Arpa”. O sistema entrega doações para 64 unidades espalhadas pela floresta. E ainda há quem não goste do dinheiro internacional na região.

Para outros 12 parques, ainda existe outra forma de conseguir verba: A venda de ingressos. As duas unidades mais ricas do país, Parque da Tijuca (onde fica o Cristo Redentor) e o Parque Nacional de Brasília, conseguiram arrecadar R$ 13 milhões e R$ 1,1 milhão respectivamente. Mas nada é perfeito, já que eles arrecadam mais e gastam mais. Amauri Motta, diretor do Parque de Brasília, diz que a demanda no parque que administra é cinco ou seis vezes maior que a verba.

Carlos Eduardo Young, economista da UFRJ, diz que a situação é uma oportunidade perdida. Para ele e outros economistas, só em visitação as unidades de conservação poderiam gerar R$ 1,8 bilhão por ano. Sendo que, em 2009, só o ICMS ecológico (imposto que alguns Estados destinam a municípios com unidades de conservação) arrecadou R$ 402 milhões, enquanto no mesmo ano o ICMBio gastou R$ 322 milhões.

A importância de investir na área de turismo ambiental é enorme já que teremos eventos esportivos mundiais por pelo menos metade dessa década. É uma pena que o governo não pense assim.

Fonte: eco4planet

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