terça-feira, 23 de agosto de 2011

Injustiça é mais uma constante nas indenizações da Usina de Belo Monte


Imagina-se que preservar o meio-ambiente não só é uma atitude mais do que louvável, mas também digna de reconhecimento por parte da sociedade, do governo, das entidades defensoras da natureza e dos órgãos oficiais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, IBAMA.

Mas, na prática, não é o que acontece com os donos de terras do Pará. Em termos de indenizações, a injustiça chega ao extremo. Quem possui áreas produtivas e outras com trabalhos de preservação ambiental, não vão ser remunerados de forma justa. Os pagamentos das indenizações só vão acontecer com relação às áreas de produção. Áreas de preservação não são motivo para indenizações.
 
Manoel Pires, fazendeiro local, tem uma propriedade em área que será alagada para dar lugar a um dos reservatórios. Ele diz que será indenizado pela parte da fazenda onde tem gado e cacau, mas não pela área de reserva legal.

Manoel Pires diz que registrou sua área de reserva legal - área de mata nativa que deve ser preservada dentro da propriedade. "Tem mais de cinco mil árvores. Eu já contei toda essa madeira aqui", afirmou.

Para o diretor de construção da Norte Energia, Luiz Fernando Rufato, empresa que constrói a usina e tem quase 50% de participação governamental, "não podemos abrir mão" da energia de Belo Monte.

"Nós temos que usar. Esse é o potencial do Brasil, dos brasileiros, que é para a gente ter essa garantia de que nós vamos ter energia barata, renovável, sem depender de nada."

Marcelo Salazar, da ONG Instituto Socioambiental, afirma que o custo de Belo Monte é "muito maior do que o que está sendo mostrado pelo empreendedor".

"Você tem diversos impactos sócio-ambientais que vão muito além da área de abrangência da obra, que não estão sendo dimensionados", disse.  

Fonte: Jornal Nacional

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