Márcio Vieira DRT 4430
quarta-feira, 24 de julho de 2019
OS RIOS VOADORES
Cientificamente
denominados como Jatos de Baixos Níveis
da América do Sul.
Respirar. Uma
necessidade determinante para vida tal qual a conhecemos. O ato de respirar é
simplesmente ininterrupto e indispensável para todo ser vivo. Sem a respiração
não há vida.
O ar que
respiramos possui várias funções na Natureza. De uma delas falaremos neste
artigo: os ventos, as correntes de ar. As correntes de ar são vitais para a sobrevivência
no planeta.
As correntes
aéreas, no caso do Brasil os ventos alísios, sopram do Oceano Atlântico para a
América do Sul, na região do equador, e são importantes para levar a umidade do
oceano, formada pelo vapor d’água, em direção à Amazônia. É um gigantesco
volume de água, transportado pelos ventos alísios, que vai até a Cordilheira
dos Andes.
Esses imensos
volumes de água, ao chegarem à Amazônia, formam nuvens poderosas, que quando
mais pesadas que o ar precipitam em grande quantidade de chuva. Como há
uma enorme abundância de água, o trajeto continua e chega até a Cordilheira dos
Andes onde são por ela impedidos, pela barreira de montanhas, com altura média de
4.000 metros, de
continuar o seu caminho. Nesse momento mudam de direção e seguem para a
Bolívia, o Paraguai e os estados brasileiros de Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais e São Paulo e, em alguns casos, aos estados da região Sul.
É
muita água, em estado de vapor, levada pelo ar. Daí o termo Rios Voadores, que são os responsáveis pelas
chuvas que caem nessas regiões e são de grande importância para a manutenção da
vida. Na Amazônia, a chuva que cai é absorvida pela terra e volta ao ar pela evapotranspiração, que é a transpiração das árvores, que
devolvem água, em forma de vapor, para os Rios Voadores. Na região dos Andes,
esse vapor d’água se transforma em chuva e alimenta as nascentes dos rios
amazônicos e levam as chuvas para as regiões dos países como Bolívia, e Paraguai
e aos estados do Brasil. Sem esses rios de vapor d’água o clima no Brasil seria
bem mais seco. Até desérticos.
Para
se ter uma ideia da quantidade de água transportada nesse bioma, estudos
indicam que, na forma de vapor, são emitidos, diariamente pela
floresta,
cerca de 3,6 litros de água por metro quadrado, isso
significa que uma árvore de 10 metros de diâmetro de copa pode lançar na
atmosfera uma média de 300 litros de água em um único dia. Porém uma árvore
frondosa, com cerca de 20 metros de copa, joga mais de 1.100 litros para a
atmosfera no mesmo período. Pela área da Amazônia – o trecho intocado -, que
pôde ser medida através de satélite, que possui cerca de 5,5 milhões de
quilômetros quadrados, cientistas concluíram que, através da evapotranspiração
das árvores, a floresta lança na atmosfera pelo menos 20 trilhões de litros por
dia, o equivalente a 20 bilhões de toneladas de água. Se compararmos com o Rio
Amazonas, o mais caudaloso dos rios do mundo, que representa um quinto da água
doce recebida pelos mares, lança no Oceano Atlântico cerca de 17 bilhões de
toneladas de água.
Para haver a evapotranspiração é utilizada uma
grande quantidade de energia solar. As plantas da Amazônia consomem muito dessa
energia para a evaporação, fazendo com que a floresta retenha calor e faça com
que as outras regiões não sejam tão aquecidas. Daí se poder dizer que a
floresta Amazônica é o maior ar-condicionado do planeta. A umidade
levada para o sudeste e centro-oeste brasileiros faz com que essas regiões não
se tornem desérticas, como países na mesma faixa subtropical que são desertos
como o Kalahari, o Australiano, o da Namíbia e o Atacama localizados em regiões
próximas da mesma latitude.
Isso é um pouco do que podemos dizer sobre Rios Voadores. São importantes na
manutenção da umidade, na incidência de chuvas e no retardar do aquecimento do
planeta graças à utilização do calor para a evapotranspiração.
Márcio Vieira DRT 4430
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Maravilha! Parabéns. Amei
ResponderExcluirMuito bom.
ResponderExcluirJá tinha ouvido falar sobre o tema. Mas aqui tá bem detalhado. Parabéns.
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