quarta-feira, 3 de junho de 2009
O “oba-oba” 2014
Este blog tem como proposta principal o meio-ambiente. Porém, tem em seu subtítulo “opinião”. Além disso, depois dos últimos acontecimentos esportivos e, principalmente, os desportivos, senti a necessidade de expressar-me a respeito.
Sou soteropolitano, adoro minha cidade. Por isso me sinto na obrigação de alertar para a pândega que vai se instalar em Salvador por causa dessa conversa fiada de benefícios de se sediar uma Copa do Mundo. Se o Brasil não está em condições econômicas para tanto, menos ainda está a capital do Estado da Bahia.
As Redes de Televisão – carregadas de interesses comerciais em nível nacional – já falam em grande geração de empregos. Se for do tipo gerado pelo o Pan em 2007, vamos parar aonde? A vila olímpica que foi construída para o Pan ainda existe? Está conservada? É utilizada decentemente? E dos empregos, sobrou algum? Sabemos que muita gente ganhou muito dinheiro à custa dos dissabores das carreiras profissionais dos nossos atletas amadores, muitos deles nem bons patrocínios conseguem até hoje.
“Mas gerou muito emprego”, dizem os desportistas de plantão, aqueles que matam e morrem para trabalhar em uma transmissão esportiva, para ganhar mais uns trocados e acreditam que é assim que deve ser. É essa a geração de emprego?
A mídia soteropolitana em geral já vive o “oba, oba”. Mostra aos quatro cantos do país que a “Bahia é festa!”. Sim, festa! Um povo que na sua imensa maioria não tem acesso à educação, emprego, saúde, saneamento básico, transporte de massa – como um metrô que há dez anos se arrasta e não fica pronto –, enche o Pelourinho para fazer festa, obviamente incentivado pela mídia de plantão. Por quê?
Será que todos acreditam que Salvador vai ser uma sede de jogos importantes? Será que tem ideia de que, provavelmente, não terão condições de pagar pelo ingresso que, certamente, será bem mais caro que os atuais de um BAVI? Será que tem a consciência de que só a elite terá acesso às arquibancadas novinhas da recuperada Fonte Nova – reconstruída pelo trabalho temporário –, com o dinheiro que sai do nosso bolso, dos nossos impostos, para atender a um orçamento que, inicialmente, era de 200 milhões de reais e hoje já ultrapassa os 400 milhões? Aonde isso vai chegar daqui mais quatro anos?
Nossa Salvador começa a ficar enfeitada. Em cada praça ou esquina é possível encontrar uma bola de futebol enorme com uma bandeirinha do Brasil tremulando. O governo festeja e esquece-se de fazer o que realmente importa. Mas, o que esperar de um governo que, ao invés de executar obras que o povo precisa, tem a pretensão de construir uma ponte para ligar Salvador à ilha de Itaparica – ponte que não oferece nenhum benefício econômico que justifique empreendimento de tamanha?
Meus amigos radialistas e jornalistas que me perdoem, mas não posso me calar diante de tanta falta de consciência. O Brasil e, principalmente, nossa querida Salvador – já que o mal está instalado – precisam que, pelo menos, seja tomada uma postura de vigilância sobre esses gastos para que não sigamos o exemplo do Pan, que teve o seu orçamento exageradamente estourado e não gerou nenhum grande benefício para a população do Rio de Janeiro. Pelo menos admitam isso.
Leia este artigo também no Observatório da Imprensa.
Sou soteropolitano, adoro minha cidade. Por isso me sinto na obrigação de alertar para a pândega que vai se instalar em Salvador por causa dessa conversa fiada de benefícios de se sediar uma Copa do Mundo. Se o Brasil não está em condições econômicas para tanto, menos ainda está a capital do Estado da Bahia.
As Redes de Televisão – carregadas de interesses comerciais em nível nacional – já falam em grande geração de empregos. Se for do tipo gerado pelo o Pan em 2007, vamos parar aonde? A vila olímpica que foi construída para o Pan ainda existe? Está conservada? É utilizada decentemente? E dos empregos, sobrou algum? Sabemos que muita gente ganhou muito dinheiro à custa dos dissabores das carreiras profissionais dos nossos atletas amadores, muitos deles nem bons patrocínios conseguem até hoje.
“Mas gerou muito emprego”, dizem os desportistas de plantão, aqueles que matam e morrem para trabalhar em uma transmissão esportiva, para ganhar mais uns trocados e acreditam que é assim que deve ser. É essa a geração de emprego?
A mídia soteropolitana em geral já vive o “oba, oba”. Mostra aos quatro cantos do país que a “Bahia é festa!”. Sim, festa! Um povo que na sua imensa maioria não tem acesso à educação, emprego, saúde, saneamento básico, transporte de massa – como um metrô que há dez anos se arrasta e não fica pronto –, enche o Pelourinho para fazer festa, obviamente incentivado pela mídia de plantão. Por quê?
Será que todos acreditam que Salvador vai ser uma sede de jogos importantes? Será que tem ideia de que, provavelmente, não terão condições de pagar pelo ingresso que, certamente, será bem mais caro que os atuais de um BAVI? Será que tem a consciência de que só a elite terá acesso às arquibancadas novinhas da recuperada Fonte Nova – reconstruída pelo trabalho temporário –, com o dinheiro que sai do nosso bolso, dos nossos impostos, para atender a um orçamento que, inicialmente, era de 200 milhões de reais e hoje já ultrapassa os 400 milhões? Aonde isso vai chegar daqui mais quatro anos?
Nossa Salvador começa a ficar enfeitada. Em cada praça ou esquina é possível encontrar uma bola de futebol enorme com uma bandeirinha do Brasil tremulando. O governo festeja e esquece-se de fazer o que realmente importa. Mas, o que esperar de um governo que, ao invés de executar obras que o povo precisa, tem a pretensão de construir uma ponte para ligar Salvador à ilha de Itaparica – ponte que não oferece nenhum benefício econômico que justifique empreendimento de tamanha?
Meus amigos radialistas e jornalistas que me perdoem, mas não posso me calar diante de tanta falta de consciência. O Brasil e, principalmente, nossa querida Salvador – já que o mal está instalado – precisam que, pelo menos, seja tomada uma postura de vigilância sobre esses gastos para que não sigamos o exemplo do Pan, que teve o seu orçamento exageradamente estourado e não gerou nenhum grande benefício para a população do Rio de Janeiro. Pelo menos admitam isso.
Leia este artigo também no Observatório da Imprensa.
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E não é só na Bahia, vamos reviver a "Corrente para Frente" da época da ditadura, só que agora é a economia que ocupou o lugar dos "milicos".
ResponderExcluirSe os jornalistas chamaram a primeira de Ditabranda, esta vai se chamar Ditaburra. Vai encher a de alguém... A dos espertos!
A primeira para esconder os corpos. A segunda para esconder a bolsa.
Só na manteiga!
Daniela Souza
Muitos brasileiros ainda fala em futebol e carnaval como coisas que agregam algum valor à nossa cultura e diversão... Me enganem que eu gosto! Além de violência é extremamente desagregador, engana-se quem pensa o contrário.
ResponderExcluirTemos muitas coisas bastante sérias para discutir, né?