Desde
novembro de 2016 um imenso iceberg se desprendeu da Plataforma de gelo Larsen C
(C se refere a uma das regiões em que é subdividida a plataforma) no continente
antártico e viaja pelo oceano. Trata-se do A68, com cerca de 5800 km², aproximadamente
quatro vezes o tamanho da cidade de Londres. Ele tem 160 km de comprimento e
200 m de espessura. Por um tempo ficou preso em uma região onde o mar é raso,
mas depois se desprendeu, devido à força da corrente oceânica Weddell Gyre,
e continua a sua jornada pelo Mar de Weddell, próximo a uma península da
Antártida, levando o seu peso de um trilhão de toneladas em direção ao
Atlântico Sul. O rompimento da geleira se consumou em julho de 2017, quando
aconteceu a separação completa do bloco de gelo da plataforma.
Icebergs são massas de gelo
formadas por água doce. Mas nem sempre o são. No seu interior, geralmente
trazem outros corpos a exemplo de animais, fósseis ou não. Não devem ser
confundidos com banquisas, plataformas de água do mar congelada no inverno, as
quais dificilmente resistem ao verão.
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| Titanic |
Apenas 10% da massa de um iceberg
fica acima do nível do mar e é capaz, embora muito lentamente, de aumentar de
volume. Os outros 90% ficam submersos. É aí que está o perigo para as
embarcações. Lembremo-nos do Transatlântico TITANIC, que em 14 de abril de 1912
naufragou devido ao choque com um iceberg, no Atlântico Norte, levando à morte
1.523 das 3.547 pessoas que estavam a bordo. Daí vem o dito popular
(conotativo) “é apenas a ponta do iceberg”, referindo-se a um problema que
aparentemente seja simples, porém de grande complexidade e só vemos o mínimo
dele.
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| Iceberg que, possivelmente, afundou o Titanic |
O A68, aparentemente, se mantém
inteiro, porém já perdeu alguns pedaços de gelo consideráveis, a ponto de um
deles, que caiu logo a pós a ruptura, ser tão grande que mereceu própria
designação de A68b. um “filhote” com cerca de 13 km de comprimento por 5 km de
largura e que atualmente encontra-se a pouco mais de 110 km da península.
A maioria dos icebergs que se
origina na Antártida, precisamente no Mar de Weddell, quase sempre são levados
à Corrente Circumpolar Antártica e chegam ao Atlântico Sul singrando um caminho
conhecido como iceberg
alley, ou passagem de iceberg.
Imagina-se que a saída do A68 da
Antártida possa afetar o nível do mar, mas isso, até o momento, não é possível
de acontecer. Porém geleiras podem descarregar na plataforma de terra situada
atrás dela podendo fluir mais rápido para o mar já que, com a diminuição da
plataforma reduziu também o suporte dado por ela. A plataforma Larsen cobre uma
área de, aproximadamente, 58.000 km² e se essa massa um dia derreter poderá
elevar o nível dos oceanos em 10 cm. Porém isso pode levar décadas para acontecer.
Mudanças climáticas
Um acontecimento como esse nos
faz imaginar que as mudanças climáticas têm alguma influência. Porém
pesquisadores da Northumbria University, afirmam que nada tem a ver com as
alterações do clima no planeta. Após pesquisas com modelos climáticos, para o
estudo da plataforma, a resposta foi taxativa: “a influência é nenhuma”,
afirmaram.
Por Márcio Vieira - DRT 4430.
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