domingo, 2 de outubro de 2011

Pesquisa aponta que lavagem de roupas sintéticas contribui com poluição nos oceanos

Definitivamente é possível concluir o quanto produtos sintéticos – na sua maioria derivados do petróleo – são nocivos à saúde de todo ser vivo do planeta. Leia e avalie como estamos à mercê de uma indústria que polui em todos os setores e ambientes.
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De acordo com os pesquisadores, o principal risco para certas espécies está em minúsculos fragmentos que flutuam pelos oceanos.
 
Se você possui no armário roupas feitas de tecidos como viscose, raion, acetato, poliéster, acrílico e nylon, atenção! Você pode estar contribuindo com a poluição dos oceanos e a morte de centenas de espécies marinhas. Segundo uma pesquisa divulgada no dia 6 de setembro pela American Chemical Society, resíduos de tecidos sintéticos que se desprendem das peças durante a lavagem passam direto pelos sistemas de esgoto e acabam nos oceanos.

De acordo com os pesquisadores das universidades de Dublin, na Irlanda, de Plymout e Exeter, no Reino Unido, e da Waters Canada, no Canadá, apesar das tristes histórias de pássaros, tartarugas marinhas e outros animais que morrem engasgados ou enrolados com redes e grandes pedaços de objetos plásticos, o principal risco para essas espécies está em minúsculos fragmentos (muitos, impossíveis de serem vistos a olho nu) que flutuam pelos oceanos.
 
Por serem microscópicos, esses pedaços de plástico acabam sendo mais facilmente ingeridos pelos animais e entram na cadeia alimentar – trazendo riscos ainda pouco conhecidos para todos que fazem parte dela (inclusive o homem). Pensando nisso, em 1990 o grupo de cientistas começou a estudar essas partículas e suas possíveis origens. Na pesquisa recém-publicada, eles contam que decidiram coletar microplásticos em praias próximas a estações de tratamento de águas residuais para avaliar se as substâncias encontradas na região marítima eram as mesmas que saiam das máquinas de lavar espalhadas pelas cidades.

Dezoito regiões litorâneas dos seis continentes foram avaliadas e os resultados apontaram que quanto mais povoada era a cidade, mais microplásticos eram encontrados nas praias da região. Ainda segundo o estudo, os tamanhos e formatos das partículas indicam que eles eram resquícios de tecidos sintéticos. Outros experimentos demonstraram que uma única peça de vestuário pode liberar mais de 1.900 fragmentos por lavagem. “Isto sugere que uma grande proporção de microplásticos encontrados no ambiente marinho pode ser derivada de esgoto como consequência da lavagem de roupas. Conforme a população humana cresce e as pessoas usam mais tecidos sintéticos, é provável que a contaminação de habitats e de animais por microplásticos aumente”, alertam os pesquisadores.

Entre a composição química das substâncias encontradas, três quartos são de poliéster, e o resto é formado por poliamida, polipropileno e acrílico – o que corresponde à dos tecidos sintéticos. Para combater o problema, os pesquisadores sugerem que designers de roupas e fabricantes de máquinas de lavar considerem a importância de novas pesquisas e tecnologias capazes de reduzir as emissões de microplástico nas redes de esgoto – como a ultrafiltração.

Eles ainda alertam para a urgência de novos estudos que determinem se o microplástico pode ser acumulado ao longo das cadeias alimentares através da ingestão. “Nos seres humanos, fibras de microplásticos inaladas são absorvidas pelos tecidos do pulmão e podem tornar-se associadas a tumores, enquanto corantes dispersivos de poliéster e fibras de acrílico já demonstraram causar dermatite”, concluem.

EcoD/EcoAgência

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