domingo, 8 de março de 2009

Alerta sobre as mudanças climáticas marca passagem do navio da organização Greenpeace por Salvador.


Um grupo de ativistas do Greenpeace escalou nesta sexta-feira (6/3) o Elevador Lacerda, um dos mais conhecidos cartões postais de Salvador (BA), para pendurar uma faixa de 40 metros de comprimento. O 'banner' simulava uma régua gigante em referência ao aumento do nível do mar, um dos efeitos do aquecimento global provocado pelas mudanças climáticas que ameaça a capital baiana. A mensagem “É agora ou agora” é um alerta sobre urgência de medidas para salvar o clima do planeta.

O protesto é a primeira atividade da programação do navio Arctic Sunrise na capital baiana. A embarcação do Greenpeace realiza desde janeiro a expedição “Salvar o Planeta. É agora ou agora”, que faz parte do esforço global da organização de alertar populações de todo o mundo para os problemas causados pelo aquecimento global.

Já foi comprovado cientificamente que a atividade humana atual é a causa de um violento e inédito aquecimento global e que há cada vez menos tempo para combater as mudanças climáticas. Estudos já demonstraram que para evitar os impactos do aquecimento global, as emissões de gases do efeito estufa têm que ser estabilizadas até 2015. E o mundo tem até 2050 para construir uma economia de carbono zero.

"O Estado da Bahia é extremamente vulnerável ao aquecimento global. As cidades da costa estão ameaçadas pela elevação do nível do mar, enquanto o sertão baiano corre o risco de ser ainda mais castigado pela falta de chuvas e pelo avanço da desertificação", diz Gabriela Vuolo, uma das coordenadoras da expedição do navio no Brasil.

A Bahia tem um papel fundamental na discussão climática, porque, além de sofrer os impactos do aquecimento global, pode contribuir diretamente para a redução das emissões de gases do efeito estufa, por meio das energias renováveis. O Atlas Eólico Nacional, documento elaborado pelo governo federal, afirma que o potencial de geração de energia eólica do Nordeste chega a 75 gigawatts (GW). Desse total, de acordo com estudos do professor Osvaldo Soliano, da Universidade Salvador (Unifacs), 17,5 GW poderiam ser gerados na Bahia, o equivalente a produção de Itaipu mais o que geraria uma usina do Rio Madeira.

"Ao invés de aproveitar o potencial das renováveis, cogita-se instalar usinas nucleares no Nordeste", aponta Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace. A Bahia já sofre os impactos do programa nuclear brasileiro, conforme revelou denúncia feita pelo Greenpeace em 2008 sobre a contaminação da água por urânio no município de Caetité. Na ocasião, a organização também expôs os riscos do transporte de material radioativo pela cidade de Salvador.
Texto extraído do site Greenpeace Brasil.
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