sábado, 14 de março de 2009
Floresta vai demorar 50 anos para se recompor após seca, calcula cientista
Estiagem causou emissão de 5 bilhões de toneladas de CO2, diz estudo.
Coautora relata que muitas árvores morreram na Amazônia em 2005.
A seca enfrentada em 2005 pela floresta amazônica causou uma mortandade de árvores que demorará cerca de 50 anos para ser compensada, aponta Ieda Amaral, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Ela é coautora do estudo divulgado nesta quinta-feira (5) pela revista "Science", que diz que as florestas tropicais da África e da América Latina podem acelerar o aquecimento global se o clima se tornar mais seco neste século. As plantas absorvem o dióxido de carbono (CO2) quando crescem, e o liberam quando morrem e apodrecem.
"A floresta amazônica foi surpreendentemente sensível à seca", disse Oliver Phillips, professor de ecologia tropical da Universidade Leeds (Inglaterra), responsável pelo estudo, que envolveu 68 cientistas.
Ieda Amaral produziu informações para o estudo na região de Manaus, bem no centro da Amazônia. Naquela região, conta, os efeitos da seca foram sentidos claramente. “Tivemos muitos casos de árvores mortas em pé”, conta. Mesmo as grandes árvores – algumas com 1,80 metro de diâmetro – apresentaram sintomas da estiagem. “Nesses exemplares de maior diâmetro notamos diminuição de até 2 centímetros no tronco”, relata Ieda.
O estudo, que utiliza medições feitas em campo em todos os países da Amazônia, estima que a floresta tenha absorvido em média 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano desde a década de 1980, mas perdido 3 bilhões na seca de 2005, que matou árvores e retardou o crescimento das plantas.
O impacto total foi de 5 bilhões de toneladas adicionais de dióxido de carbono na atmosfera. É mais do que as emissões anuais da Europa e do Japão combinadas", afirma Phillips.
A pesquisadora do Inpa diz que, por enquanto, ainda não se sabe exatamente as conseqüências dessas emissões e como fazer para evitar que se repitam, mas que a repercussão da pesquisa vai servir para que este campo do conhecimento se desenvolva mais rapidamente.
“É possível que a seca de 2005 seja parte de um ciclo natural. Neste caso, o melhor que o homem pode fazer é evitar outras emissões de gases de efeito estufa para que as da Amazônia tenham menor impacto”, explica Amaral.
Texto extraído do G1
Coautora relata que muitas árvores morreram na Amazônia em 2005.
A seca enfrentada em 2005 pela floresta amazônica causou uma mortandade de árvores que demorará cerca de 50 anos para ser compensada, aponta Ieda Amaral, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Ela é coautora do estudo divulgado nesta quinta-feira (5) pela revista "Science", que diz que as florestas tropicais da África e da América Latina podem acelerar o aquecimento global se o clima se tornar mais seco neste século. As plantas absorvem o dióxido de carbono (CO2) quando crescem, e o liberam quando morrem e apodrecem.
"A floresta amazônica foi surpreendentemente sensível à seca", disse Oliver Phillips, professor de ecologia tropical da Universidade Leeds (Inglaterra), responsável pelo estudo, que envolveu 68 cientistas.
Ieda Amaral produziu informações para o estudo na região de Manaus, bem no centro da Amazônia. Naquela região, conta, os efeitos da seca foram sentidos claramente. “Tivemos muitos casos de árvores mortas em pé”, conta. Mesmo as grandes árvores – algumas com 1,80 metro de diâmetro – apresentaram sintomas da estiagem. “Nesses exemplares de maior diâmetro notamos diminuição de até 2 centímetros no tronco”, relata Ieda.
O estudo, que utiliza medições feitas em campo em todos os países da Amazônia, estima que a floresta tenha absorvido em média 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano desde a década de 1980, mas perdido 3 bilhões na seca de 2005, que matou árvores e retardou o crescimento das plantas.
O impacto total foi de 5 bilhões de toneladas adicionais de dióxido de carbono na atmosfera. É mais do que as emissões anuais da Europa e do Japão combinadas", afirma Phillips.
A pesquisadora do Inpa diz que, por enquanto, ainda não se sabe exatamente as conseqüências dessas emissões e como fazer para evitar que se repitam, mas que a repercussão da pesquisa vai servir para que este campo do conhecimento se desenvolva mais rapidamente.
“É possível que a seca de 2005 seja parte de um ciclo natural. Neste caso, o melhor que o homem pode fazer é evitar outras emissões de gases de efeito estufa para que as da Amazônia tenham menor impacto”, explica Amaral.
Texto extraído do G1
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