domingo, 9 de agosto de 2009

Turismo sem cuidado ameaça Lençóis Maranhenses

Um dos roteiros turísticos mais bonitos do Brasil - o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses - sofre com a falta de fiscalização.

Um dos roteiros turísticos mais bonitos do Brasil - o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses - sofre com a falta de fiscalização.

De qualquer ângulo o que se vê é uma imensidão de areia. É o maior deserto brasileiro. 155 mil hectares de dunas. O tam
anho da cidade de São Paulo.

O Parque Nacional dos Lençóis maranhenses foi criado 28 anos atrás. O plano de manejo proíbe criação de animais, mas estima-se que 12 mil cabeças de gado
estejam dentro e no entorno do parque.

Sem pontos de coleta de lixo, banheiros, estrutura para receber o turista, quem vem se diverte e deixa pra trás muita sujeira.

Circular sobre as dunas também é proibido, mas a regra é ig
norada por algumas empresas de turismo e por quem tem caminhonete com tração nas quatro rodas.

Os quadriciclos são ainda mais ameaçadores. Não respeitam trilha, entram em qualquer lugar. Viraram um perigo para os ninhos e os filhotes de aves que se reproduzem e se alimentam no parque.


“Os animais dependem da alimentação, depende de local de moradia, de pro os seus ovos, no caso das aves, e quando você perturba este ambiente, no turismo desordenado como está, você pode levar à extinção de várias espécies”, explica José Maria Maia Filho, biólogo UFMA.

Dentro do Parque Nacional foram construídos dois postos de fiscalização do Ibama. Eles deveriam estar cuidando da fiscalização, monitorando os visitantes que entram no parque. Mas eles não funcionam, foram desativados em 2006. Agora - no lugar dos fiscais – trabalhar apenas um segurança vigia o prédio pra evitar que ele seja destruído.


Em 2006 o Ibama deixou de cuidar do parque, a responsabilidade passou para o Instituto Chico Mendes.


Atualmente os funcionários do Instituto trabalham numa casa alugada em Barreirinhas. Vivem quase sem nenhuma estrutura, carro quebrado, lancha parada.


“A gente tem muitas dificuldades. Nós precisamos aumentar o efetivo de fiscais, buscar melhorar a estrutura de veículos pra poder está dentro do parque", explica Carolina Alvite, do Parque Nacional Lençóis Maranhenses.

À beira do Rio Preguiças - ao longo dos últimos anos - políticos e empresários ergueram mansões numa área que deveria ser protegida. Ações na Justiça federal pedem a demolição das casas.

"Essa falta de fiscalização deixa o parque numa figura de papel, é necessário que o estado ofereça uma fiscalização adequada de fiscalização para a região", afirma Alexandre Soares, Procurador da República- MA
.


Fonte: Jornal Nacional - Rede Globo

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